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Treinamento


Nós somos médicos muito sérios, e como todo médico, precisamos passar por um treinamento. A maioria fica seis anos estudando pra conseguir um diploma, mas nós somos mais espertos e conseguimos formar mais rápido. Mas shhhh. Esse é um segredinho nosso, hein?

Nosso treinamento tem Oficina, Reuniões e Observação. E todo mundo tem que fazer isso tudo. Para direcionar o aprendizado, dividimos da seguinte forma: Oiante, Doutor Assistente e Doutor Graduado.

É assim: para começar nossos estudos, a gente entra como “Oiante”. O Oiante é aquele que “óia” nas intervenções. Ele vira quase um enfeite de parede, não interage ainda com os pacientes, observando para seu aprendizado. Mas o Oiante é enfeite só nas intervenções, pois suas observações são muito importantes para o resto do grupo também. Nas reuniões vira um boneco de posto, de tão agitado! Ele vai ficar pior que a fofoqueira que fica na janela de cidade pequena, conta tudo! Se ele viu uma dupla em atuação, além de aprender a dinâmica da dupla, ele vai poder falar para a dupla depois como está essa dinâmica. Está boa? Ruim? Faltou comunicação? Sobrou comunicação? A abordagem com o paciente foi boa? O posicionamento no quarto foi inteligente? Os jogos deram certo? Teve alguma dificuldade? Enfim… muita coisa. Isso faz com que fortaleçamos nossas atividades e aprendamos sempre mais um com o outro: Oiante com Doutor e Doutor com Oiante.

Depois de um tempo como Oiante e de ter passado pelo menos por uma oficina, o Oiante vira Doutor Assistente, ou seja, começa a se caracterizar e encontrar sua personagem e já visita como palhaço! Sempre acompanhado de um Doutor mais experiente, claro. E quando sua personagem já estiver melhor estabelecida, o Doutor ganha um nome e passa a ser um Doutor Graduado, mais experiente e pronto para dar aula na nossa escola da vida!

Entendeu a linearidade da coisa? É simples, não é? Agora o que são essas reuniões, observações e oficinas de que estamos falando?

As observações são as que são feitas enquanto Oiantes, como já falei ali em cima. As reuniões são o momento para conversarmos sobre as intervenções, elaborando novos jogos, treinando alguns aspectos da intervenção, conversando sobre nossas dificuldades e facilidades… Funciona quase como uma terapia, e é o momento chave para nosso projeto.

E temos também as oficinas. Alguém falou “Oficina”? OBAAAAA!!!

Nessa oficina só falta construirmos o Pinóquio, que nem o Gepeto fez. Mas como não temos madeira o suficiente, a gente constrói nosso personagem mesmo. O curioso é que para construir nosso personagem (que é uma versão mais pura de nós mesmos), a gente precisa desconstruir quem somos. A gente precisa tirar de cada um de nós as marcas que a sociedade fez para nos polir, ou seja, tirar toda vergonha, timidez, e várias outras coisas que até cai bem em nós mesmos, mas nos doutores palhaços? Vish, ai que eles não vão querer aparecer mesmo, eles acham cafona isso, breguice total! Afinal de contas, o palhaço é um ser puro em sua essência, e não é preso pelo que nós dizemos a nós mesmos, ou o que a sociedade diz. Como assim? Simples. Quer rir uma risada de hiena? Fica feio se você tá na rua com amigos (que vão te zoar), mas como doutor palhaço? Per-fei-to. Quer dançar moonwalk naquela música doida? Bora! Quer dar estrelinha, fazer piada ruim, imitar havaiana, ou qualquer outra coisa? Você vai se soltar para bordar e pintar, sair dessas amarras que nós mesmos nos fazemos e assim, consequentemente, voilá! Eis seu doutor palhaço em ação!

Para conseguirmos isso, fazemos jogos nas oficinas. Os jogos são fundamentados pela literatura, e objetivam trabalhar nossa capacidade de comunicação, sintonia de equipe, passar por extremos, improvisos… e muitas outras coisas que são essenciais para nossos palhaços… Aliás, para qualquer terráqueo, não é mesmo? E fiquem tranquilos, não vão ser os jogos vorazes, mais para uma mistura boa de risadas, brincadeiras, dancinhas loucas e muito requebrado, o que mais pode se querer?



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