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O que é um palhaço?

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Essa pergunta é difícil… então hora de termos um papo sério aqui!

O palhaço que a gente conhece tem suas raízes na baixa comédia grega e romana e nas apresentações da commedia dell'arte. Nas festividades da Antiguidade, havia uma combinação do cômico e do trágico, o que acentua a percepção de emoções contrapostas e é muito característica do palhaço. Devemos lembrar que o palhaço faz tudo seriamente; é a encarnação do trágico na vida cotidiana; é o homem assumindo sua humanidade e sua fraqueza e, por isso, torna-se cômico. Ficou confuso com isso? Você deve estar pensando no palhaço de circo, né? Nós trabalhamos com um outro tipo de palhaço (clown), menos conhecido. Dá uma olhada nessa diferença aí:

O palhaço de circo, protótipo mais conhecido, tem foco no número que apresenta. Seus números (gags) possuem início, meio e fim, e são finamente ensaiados como em uma peça de teatro.

O clown, de origem europeia, tem foco em “como” atuará. Diferentemente do palhaço de circo, o clown atua no improviso, sendo mais valorizada sua lógica individual e sua personalidade, fazendo com que seu trabalho seja mais pessoal e cada atuação diferente da anterior.


No nosso projeto, reconhecemos que são duas denominações que se confundem, então trabalhamos com o conceito de clown, mas simplificamos ao considerar “palhaços” no geral.

Agora já reparou que dificilmente o palhaço está sozinho? Bom, apresento a vocês, o palhaço Branco e o palhaço Augusto.

O Branco costumava aparecer maquiado de branco e enfunado num elegante vestido brilhante. De aparência fria e lunar, representa a lei, a ordem, o mundo adulto, a repressão. O clown Branco é a encarnação do patrão, o intelectual, a pessoa cerebral e está sempre pronto a ludibriar seu parceiro em cena.

O Augusto é extravagante, absurdo, pícaro, mentiroso, surpreendente, provocador. Representa a liberdade e a anarquia, o mundo infantil. É o bobo, o eterno perdedor, o ingênuo de boa-fé, o emocional. Ele está sempre sujeito ao domínio do branco, mas, geralmente, supera-o, fazendo triunfar a pureza sobre a malícia, o bem sobre o mal. É mais carismático e alegre.

Esses palhaços andam sempre juntos, e não existe um sem o outro. Demonstram como a atuação em dupla tem mais efeitos, pois um serve de contraponto ao outro.

O clown é a exposição do ridículo e das fraquezas de cada um. Logo, ele é um tipo pessoal e único. Uma pessoa pode ter tendências para o clown Branco ou o clown Augusto, dependendo de sua personalidade. O clown não representa, ele é, não se trata de um personagem, ou seja, uma entidade externa a nós, mas da ampliação e dilatação dos aspectos ingênuos, puros e humanos, portanto "estúpidos", de nosso próprio ser.

Finalizamos, portanto, com uma citação de François Fratellini, membro de tradicional família de clowns europeus: "No teatro os comediantes fazem de conta. Nós, os clowns, fazemos as coisas de verdade."

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